Da boneca à vassoura: o retrato dos abusos físicos nas crianças
Maus tratos e torturas tornaram-se mais um membro das famílias
- Meu Deus, um dia me livra daqui. Por favor, me livra daqui.
- Por que você não enxugou meu banheiro?
- Ah, tia, esqueci.
- Ah, esqueceu? Então, você vai ver o que é bom.
- Não tia, não faz isso não. A senhora não precisa me bater. Me perdoa, tia. Eu já aprendi...
- Amarra ela. Acorrenta. Liga o ferro, deixa bem quente e me dá aqui.
- Não, tia, por favor...
...
- Agora, me traz o alicate. E uma tesoura também.
- Tia, por favor, eu já aprendi...
- Põe a língua pra fora. Põe a língua pra fora, anda!
- Eu já aprendi, tia. Tia, pelo amor de Deus, ti....
...
A menina Lucélia Rodrigues, de 12 anos, ‘reza’ todos os dias para sair do martírio ao qual é submetida diariamente. Sofre torturas pelos meios mais cruéis e inimagináveis por uma empresária de Goiânia, a quem chama de tia, e que a adotara ilegalmente. Mas o sofrimento da criança começou muito antes, quando a mãe biológica, que não tinha condições de criá-la, a entregou aos cuidados da empresária. Com mais cinco crianças em casa, o jeito era se desfazer dos filhos, como forma de minimizar os problemas financeiros.
A angústia e orações de Lucélia duram 2 anos. A polícia invade a casa e encontra a menina amarrada, amordaçada e acorrentada em uma escada nos fundos do imóvel. Os policiais choram. Nem mesmo eles, acostumados com toda forma de maldade, aguentam ver a cena aterrorizante. A garota, sem uma parte da língua, e o corpo salpicado de hematomas e queimaduras de ferro de passar, começa a contar tudo o que sofrera. As unhas, roxas, foram pintadas com marteladas nos pés e mãos prensadas na porta. Magrinha, era deixada constantemente sem se alimentar. Sem direito a água ou comida, ingeria forçadamente fezes e urina de cachorro.Aproveite a sua oportunidade se volte para Deus para que isso não venha acontecer com você.
Fique com Deus.

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